Você já presenciou alguma cena de uma criança fazendo birra?
Nessas situações é comum que julguemos a família e a criança, principalmente como mais um filho mimado. Mas você já parou para pensar por quê esse comportamento acontece?
Vamos lá…
Quando uma pessoa faz algo, esse comportamento está relacionado com a situação em que ela está e com o que acontece depois que ela faz o que faz. O que explica a atitude da pessoa é o que aconteceu antes na sua vida, em situações parecidas. Por exemplo, uma família foi até o mercado e deixou o filho para escolher um presente. Depois que escolheu, o pequeno pediu mais um, os pais disseram não, e ele começou a chorar e se jogou no chão. Os pais imediatamente pegaram o outro item que ele pediu e foram para o caixa. Nesta situação, a birra da criança fez com que os pais dessem a ela o que queria. No futuro, ela pode fazer birra de novo em situações parecidas, porque na primeira vez que fez, deu certo. Neste exemplo, se os pais não levassem o item, não teriam ensinado que birra funciona.
Esse exemplo mostra que a birra é um comportamento indesejado que a criança aprende e, quando faz, consegue alguma coisa que deseja, ou seja, que funciona para ela. A criança não é mimada, ela apenas aprendeu a fazer algo que não é legal para os pais.
E o que pode ser feito para diminuir essas birras?
Podemos evitar as situações nas quais a birra acontece, como no exemplo, não levando a criança até o mercado. Mas temos aqueles momentos que não conseguimos evitar, então o que fazemos? Podemos pensar em algumas alternativas.
Uma delas é fazer um combinado. Seguindo o exemplo, o combinado com o pequeno seria: “filho, nós vamos até o mercado e você tem o direito de escolher um presente. Se você quiser outro, mesmo se chorar ou gritar, não vai ganhar”. É importante que esse combinado seja cumprido.
Se a criança não seguir o combinado e fizer a birra devemos permanecer com o que foi combinado e não dar nenhuma atenção enquanto a criança tem esse comportamento. Pode ser que no começo o choro ou o grito aumentem, mas vai chegar um ponto em que vão começar a diminuir. Para que isso funcione, os responsáveis devem continuar com o combinado, mesmo sendo difícil ignorar a birra.
Além disso, incluir os pequenos nas atividades que serão feitas e incentivar atitudes diferentes podem tornar a situação mais divertida, para que a criança tenha um sentimento de que está fazendo algo importante. Os responsáveis devem elogiar os comportamentos legais de participação e cooperação que ela tem na situação.
Vimos que a birra é um comportamento que a criança aprende e demos algumas dicas de como lidar nessas situações. Mas se você, responsável, tem muitas dificuldades, a psicoterapia é um caminho para te ajudar nesse processo.