A volta às aulas sempre gerou um sentimento de animação nas crianças e adolescentes, desde a compra dos materiais novos até a expectativa de rever os amigos.
Porém, no meio do caminho tinha uma pandemia: passamos dois anos em um isolamento necessário, mas que trouxe mudanças drásticas na rotina. O tempo de tela aumentou até pelo modelo de aula online, as interações sociais empobreceram, os pais tiveram que se virar entre reuniões online, home office, acompanhar as atividades acadêmicas e ainda por cima, muitas crianças e adolescentes tiveram que lidar com perdas de familiares ou pessoas próximas. Foi muito difícil para todos, exaustivo!
Com o advento da vacina, a rotina está voltando a um ‘novo normal’ e as escolas retornaram ao modelo presencial. Esse contexto de medo da coisa nova, das mudanças no ambiente, das exigências acadêmicas tem causado nas crianças ansiedade e as vezes até fuga da volta às aulas. Mas como podemos ajuda-los a passar por esse processo?
- Valide os sentimentos: Falar com a criança sobre o que ela está pensando e ouvir suas preocupações e medos sem subestimar ou falar que é besteira ajuda no acolhimento e aumenta segurança.
- Ofereça previsibilidade: Comunique todas as informações disponíveis sobre a escola, como será o primeiro dia, os horários. Disponibilize um espaço para todas as perguntas que surgirem, isso oferece uma sensação maior de controle.
- Aproveite a oportunidade para o aprendizado: Esse momento é super importante para ensinar sobre sentimentos e regulação emocional. Você pode falar sobre o medo e sobre como é natural sentirmos em determinadas situações e que podemos aceita-lo e que essa é melhor forma de enfrentá-lo. Ensine que coragem não é falta de medo e que às vezes fazemos algumas coisas com medo mesmo!
- Seja genuíno e vulnerável: Compartilhar com a criança, em uma linguagem simples e assertiva, que já sentiu medo em determinada situação e o que fez para lidar com isso reforça uma proximidade e ajuda a criança a aprender a resolver problemas.
- Observe atentamente: Retomar a rotina ou se habituar a um novo formato exige um certo tempo de adaptação. Mas se esse tempo é muito longo e as dificuldades passam a interferir no dia a dia das crianças, é preciso atenção dos pais. Se a criança ou o adolescente começar a ter crises de choro e ansiedade na hora de ir para a escola – e isso durar mais do que duas semanas – é importante fazer uma avaliação com um profissional de saúde mental.